.gravidade
2004/03/22
 

O dia estava solarengo, o céu azul como anunciando a chegada da Primavera. Na pacata vila de Constância, mesmo colada ao correr do Tejo, a sexta era vulgar, mais uma, mais uma véspera de fim-de-semana, nada fazia prever o que se passava a uns meros quilómetros.
No alto de Santa Barbara um equipamento, que se quer, de enorme interesse científico, cultural e porventura turístico ia ser inaugurado. O Parque de Astronomia de Constância, mais um equipamento da rede nacional de Centros de Ciência do Ciência Viva. E com a coordenação de Máximo Ferreira.
O Ciência Viva é a agência, governamental, responsável pelos projectos e divulgação de ciência e tecnologia pela sociedade em geral, e em particular, pelas camadas mais jovens Sociedade essa com preocupantes níveis de iliteracia científica. Destes projectos os mais emergentes são o programa “Ciência no Verão” e alguns Centros Ciência Viva, como o Pavilhão do Conhecimento ou Visionário. Mas o tempo é de vacas magras e as notícias sobre problemas financeiros de alguns destes projectos despontam pelos meios de comunicação, anunciando dias negros para a divulgação científica nacional.
Mas o dia era de festa. O Parque de Astronomia é um conjunto de equipamentos de algum interesse no ensino da Astronomia, começando pela Esfera Celeste, uma espectacular esfera com enorme valor científico e artístico. Uma obra de arte na tarefa de explicar conceitos básicos de dinâmica celeste.
Seguidamente um relógio analemático, dá-nos a hora solar em qualquer momento do ano, para tal só precisamos que a nossa sombra seja projectada na hora.
Mais ao fundo temos dois equipamentos com menor interesse, um Carrocel do Zodíaco e um Globo Terrestre.
Circundando estes dispositivos tínhamos um modelo à escala de distâncias do Sistema Solar, aqui algumas falhas a nível de cor dos Planetas e da própria escala tiravam brilho ao que podia ser um óptimo equipamento educativo.
Já a descer para o edifico principal encontra-se um planetário. Chamar planetário ao que vi é como chamar palácio a uma tenda. Um autêntico “bunker” abrigava um pequeno projector starlab, “bunker” com sérios problemas de segurança para albergar uma turma de alunos. Penso que seria preferível usar uma sala com o planetário portátil Starlab em detrimento de usar o nome “planetário fixo” para este deficiente equipamento.
Já no edifico central, um agradável terraço deixa-nos espaço para montar os telescópios e demais dispositivos de observação, claro que não falta, e bem, uma bonita cúpula albergando um telescópio para explorar as maravilhas que o céu em Constância nos deve presentear.
Este Centro de Ciência é uma mais valia para esta região que aposta no turismo. Nesse campo a Câmara Municipal de Constância está de parabéns por ter apoiado e financiado parcialmente o Parque de Astronomia e contribuindo, em certa medida, para mais visitas a este agradável concelho.
O turismo científico em Portugal ainda não tem a projecção devida, mas equipamentos como o Oceanário de Lisboa, o Pavilhão do Conhecimento, o Visionário, o Planetário do Porto e o Centro Multimeios em Espinho, são uns oásis nesta área que estava a dar passos significativos, mas que está a ser travada pela recente gestão governamental.


Mais informações:
Ciência Viva
Centro Ciêncica Viva de Constância
 


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ciência em geral| astronomia em particular| por pedro r.

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