.gravidade
2004/12/09
 
A chegada à Lua por parte da humanidade é um dos seus maiores feitos e fica como o facto mais importante do último século.
Mas passados mais de 30 anos do primeiro passo de Niel Armstrong na Lua, os mais cépticos continuam a questionar a veracidade deste acontecimento.
Desde o inicio do ano que cadeias televisivas, como a americana FOX, ou a francesa TV5, produziram diversos documentários sobre este tema. A TV5 foi mais longe e afirma que a administração Nixon desenvolveu um programa “secreto” no sentido de fabricar a chegada do homem à Lua, filmagens dirigidas por Stanley Kubrick, realizador das maiores obras do cinema “2001 – Odisseia no Espaço”. Para tal contava com depoimentos de Henry Kissinger, um nome importante da administração da NASA na década de 60, que segundo o mesmo, se opôs a esta decisão.

Os apoiantes desta teoria de conspiração apoiam-se em diversos factos. Um deles é a inexistência de estrelas no fundo das imagens que foram capturadas pelos astronautas. Para eles, na noite lunar o céu deverá ser, e é, muito estrelado e essas fotografias deveriam captar as estrelas desse mesmo céu. Mas é difícil capturar algo muito brilhante e algo muito ténue na mesma película. Quer os fatos dos astronautas quer o brilhante solo lunar ofuscaram completamente o céu estrelado, ficando apenas registado o astronauta, a superfície lunar e um céu muito escuro.
Porventura, a maior prova da ida do homem à Lua é a quantidade de rochas lunares trazidas pelos astronautas, 380 quilogramas destas rochas.
Para o Dr. David McKay, director do departamento de ciências planetárias da NASA, as amostras lunares quase que não tem água na sua estrutura cristalina, água que é muito comum nas rochas terrestres”. Mas as evidências geológicas não ficam por aqui, as rochas trazidas pelos astronautas das missões Apollo apresentam muitas pequenas crateras devido ao impacto de meteorito, o que só poderá acontecer em locais com pouca ou nenhuma atmosfera, como na Lua”.
As amostras lunares foram distribuídas por diversos centros de investigação em todo o mundo, incluindo Portugal, e foram muitas as publicações científicas que analisaram em detalhe os diversos aspectos geológicos e químicos destas rochas e nenhum questiona a veracidade das mesmas.

Talvez todas as dúvidas possam ficar esclarecidas dentro de muito pouco tempo. Astrónomos europeus vão utilizar o maior telescópio do mundo, o VLT-Very Large Telescope para observar os restos das naves espaciais deixadas na Lua. Construído pela organização europeia para a Astronomia, ESO, o VLT é um telescópio localizado no Chile e é constituído por 4 telescópios com espelhos de 8 metros e quando estiverem em funcionamento conjunto poderão observar um cabelo a 15 quilómetros de distância. Com esta resolução os astrónomos europeus esperam obter imagens dos módulos lunares e estas serão as primeiras imagens dos módulos não obtidas pela NASA.
O Dr.West, astrónomo no VLT, faz questão de afirmar que “Não questionamos a veracidade da alunagem, apenas faremos as observações pelo desafio científico”.

Publicado originalmente no Diário XXI dia 15 Dez 2001, na revista digita ag100.org no número menos 5 e Guia de Actividades: À Volta do Sol - ISBN:972-98622-6-5



 
2004/12/03
 

Em entrevista à revista Visão nº 500, o físico e biólogo Alexandre Quintanilha dizia-nos que “o séc. XIX foi a era da Química e o séc. XX a da Física do mesmo modo que o séc. XXI será da Biologia.” É desta forma, algo visionária, que este cientista nos resume dois séculos de Ciência e nos lança pistas para o futuro da mesma. Se no século anterior a física apresentou dos maiores desenvolvimentos nos domínios da relatividade ou da mecânica quântica, passando pela física das altas energias até à das baixas temperaturas, a alvorada do novo século trouxe algumas das mais mediáticas investigações na área da biologia, desde a clonagem até ao mapeamento do ADN humano. Não foi só na biologia que estes resultados se notaram, em todas as áreas o desenvolvimento tecnológico tem impulsionado um conhecimento científico. A Astronomia não é excepção, novos telescópios como o VLT-Very Large Telescope o maior telescópio terrestre alguma vez construído, fruto da cooperações de vários países da Europa (incluindo Portugal) mais o sul-americano Chile, LIGO – Laser Interferometer Gravitational Wave Observatory, que nos pode ajudar a resolver um dos enigmas deixados por Einstein, a existência de ondas gravíticas, e o lançamento do futuro telescópio espacial, o telescópio espacial James Webb, que vai trazer até nós algumas belas imagens a que o Universo nos tem habituado. Estes grandes investimentos financeiros são um pesado fardo nos orçamentos dos países envolvidos e a recessão económica que se sente a nível internacional tem abrandado alguns destes projectos. Mas há uma nova ciência a despontar, a Astrobiologia.
A Astrobiologia é fruto de um esforço conjunto entre Astronomia e a Biologia (mas também da Química e a Geologia) na tentativa de explicar a origem da Vida, quer no planeta Terra quer noutros planetas.
Desde 1995 que a descoberta de planetas extra solares trouxe para as primeiras páginas dos jornais, uma questão que tantas vezes já nos colocámos: “ Estaremos sozinhos no Universo?”. Esta questão tem duas respostas possíveis: sim e não. Um grupo de astrobiologos afirma que é comum existência de vida na nossa Via Láctea. Por outro lado, a hipótese da vida ser rara no Universo, é defendida por um grande grupo de investigadores, colocando a Terra como um dos únicos locais ideias para o aparecimento de vida.
Para a vida, tal como a conhecemos, despontar são necessários alguns ingredientes, tais como água, uma fonte térmica, e constituintes químicos baseados no carbono. A Astrobiologia pretende estudar com detalhe esse sistema físico-químico e tentar perceber se a vida poderá ter aparecido em algum dos planetas até agora descoberto. Os excelentes resultados de experiências realizadas nos últimos anos, como a descoberta de vida em locais terrestres onde era inimaginável a mesma, vieram permitir o financiamento de sondas espaciais, especializadas na procura de planetas parecidos com a Terra, que brevemente vão-nos revelar mundos novos e que poderão transformar de forma drástica as ideias cientifico filosóficas de concepção de vida.
Será a maior descoberta do século XXI a existência de Vida para além do nosso pequeno planeta Terra?


Publicado originalmente no Diário XXI dia 15 Nov 2001 e na revista digita ag100.org no número menos 5.
 
ciência em geral| astronomia em particular| por pedro r.

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