.gravidade
2005/05/08
 

À procura de água e vida em Marte

A missão Mars Express é a primeira da Agência Espacial Europeia (ESA) para outro planeta do Sistema Solar, foi lançada em 3 de Junho de 2003 e chegou a Marte no dia 25 de Dezembro do mesmo ano.

O projecto tem uma duração oficial de 2 anos, mas segundo Marcello Coradini( Director cientifico da ESA para o Sistema Solar) a “missão vai continuar por mais dois anos”. A justificação é simples: “o que nos dá boa ciência tem que continuar”. Especialmente agora que há uma oportunidade de abrir o radar que vai “penetrar” pela primeira vez pela superfície marciana. O objectivo é provar a existência de água no estado líquido no subsolo. Segundo Vittorio Formisano, o investigador principal do PFS, “é necessário perceber o que há abaixo da superfície, as pistas sobre a evolução da vida em Marte podem estar ai”.

A reunião do instrumento PFS (Planetary Fourier Spectrometer) que está a bordo da sonda espacial Mars Express, decorreu em Espinho dias 29,30 e 31 de Março, contando com a presença de mais de 30 cientistas europeus, norte americanos e japoneses que fizeram o balanço das últimas descobertas e resultados do instrumento PFS. É uma reunião bianual que se realizou em Portugal pelo facto de um grupo de astrónomos portugueses estar envolvido, pela primeira vez, no tratamento de dados da missão. O projecto MAGIC, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, envolve uma dezena de cientistas portugueses e tem como objectivo a análise dos dados da sonda Mars Express. Vai utilizar, entre outros, os dados do PFS para analisar as propriedades térmicas da superfície de Marte e participar na análise de espécies químicas menores (como o metano) na atmosfera marciana.

Os objectivos do investigador principal do PFS são, no entanto, bem mais ousados: “é necessário levar a vida até Marte. Realizar uma experiência que permita analisar a vida nos recursos ali existentes”.

 
 

Big Rip

A cosmologia moderna tem passado as últimas décadas a trabalhar em modelos para a compreensão da criação, evolução e final do Universo. Os modelos apresentados parecem saídos da literatura de ficção científica: matéria escura, energia de vácuo, energia escura.

Ao que parece, de toda a energia que conhecemos, 5 % consiste em matéria “familiar”, 25% em matéria escura (matéria detectada pela sua acção gravítica nas galáxias, estrelas e gás interestelar) e os restantes 70% em energia negra (espalha-se uniformemente por todo o Universo).

Se o acima mencionado parece bizarro, as implicações do modelo ainda o são mais. Sob a influência desta energia escura, a expansão do Universo (demonstrada em 1920 pelo astrónomo norte-americano Edwin Hubble) poderá acelerar, tornando-se tão violenta que tudo se separará, a luz das estrelas, as rochas, os animais e até os próprios átomos. Os autores desta “estranha” hipótese calcularam que tal acontecerá daqui a 2x1010 anos.

Até lá, novas teorias vão aparecer e o nosso futuro poderá ser reescrito. Ou não.

Mais informações: http://www.newscientist.com/news/news.jsp?id=ns99993461

 
 

Marte sempre despertou a nossa atenção, são várias as referências culturais: banda desenhada, cinema, literatura de ficção científica, etc. Mas desde que o astrónomo italiano Schiaparelli, no séc. XIX, apontou para a existência de uma civilização em Marte, a questão da vida em Marte despertou o interesse na comunidade científica.

É claro que a teoria actual anda longe da imaginação fértil de Schiaparelli – observou características geológicas em Marte que pareciam canais construídos por seres inteligentes. A procura de provas para a existência actual ou passada de vida em Marte tem ocupado um grande número de químicos, biólogos, bioquímicos, astrónomos e astrobiólogos. A presença de metano (CH4) na fina atmosfera de Marte parece ser um resultado satisfatório desta procura.

Alguns grupos de investigadores apontam para 250 partes por mil milhões deste gás na atmosfera marciana, o que é um resultado elevado e inesperado. O metano é um biomarcador muito importante. Alguns microrganismos são responsáveis por uma parte substancial do metano na nossa atmosfera. Por processos fotoquímicos o metano é destruído – sem uma contínua produção rapidamente desapareceria da atmosfera. Sendo evidente a sua presença na atmosfera de Marte, só falta agora encontrar o processo responsável.

Mais informações: Formisano et al., Detection of Methane in the Atmosphere of Mars, Science 2004 306: 1758-1761



 
ciência em geral| astronomia em particular| por pedro r.

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